segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Toda Quarta...


Não precisa confirmar.
É quarta feira? São mais de 19.30hs?
Se a resposta for sim e não ter havido terremoto, atentado terrorista ou algo do tipo, não precisa ligar pra ninguém pra saber se vai acontecer ou não.
É só chegar, ignorar a presença de todos, ir direto pra copa, escolher, diante da gigantesca variedade, o copo que mais te agrada, se dirigir ao recinto oficial, encher o copo em questão, esvaziá-lo imediatamente, se apresentar aos que talvez não conheça, cumprimentar os de sempre, abraçar os de quase nunca, e, por fim, fazer o que te levou a chácara do Z.M.: comer, beber e discutir filosofia.
Tem sido assim há mais de dez anos...
O público é heterogêneo e variável, sendo composto na maioria por indíviduos de presença semanal garantida e por uma minoria cuja frequência é flutuante.
Tem agrônomo, tem administrador, bibliotecário, roqueiro, empresário,  tem bon vivant, desempregado, vendedor de pipoca,  ... tem de tudo... mas com alguma coisa em comum... a tal da filosofia.
 Discute-se de tudo.
Conclui-se pouco, mas discute-se muito.


CARDÁPIO FIXO

Pecanha.
Linguiça
& Pão


VARIAÇÕES
Rodela de Pernil
Costelinha
Cebola assada
Salada & Vinagrete
Asa de frango...

BEBIDAS:

CERVEJA & CACHAÇA

Essa cachaça aqui é prima de primeiro grau do Barão.
Conseguida direto na fonte. Sem rótulo.
Sem rótulo é mais gostosa. E mais em conta, também.
É uma Fuzuê do Engenho Zurita
Essa é envelhecida. Geralmente vem da branca.
Mas a envelhecida surpreendeu na caipirinha.

Lamento não poder me desculpar com relação a qualidade questionável das fotos que ilustram esse post. Mas estaria sendo desagradável com o amigo que tão atenciosamente e pacientemente atendeu as minhas solicitações de tirá-las e enviá-las. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Restaurantes Locais I

Há alguns dias fui almoçar em um restaurante que desde sempre foi uma das melhores opções de almoço na minha aldeia. Restaurante do Coser (pronúncia: Cóser). Não fosse algumas peculiaridades do atendimento seria apenas um restaurante familiar de vários anos de serviço com comida simples e acertada. Seria só isso. Não que seja pouco. É bastante até, mas está longe de ser tudo. Difícil encontrar um lugar frequentado por tantas pessoas com preferências tão diversas com relação aos pratos servidos... fulano gosta do nhoque, ciclano da lasanha, o outro do Filet à Parmegiana, tem até quem eleja a berinjela do couvert como o predileto, enfim, se tantos gostam de tantos pratos é porque todos, de alguma maneira, são bons. Mas repito: a comida aqui não é tudo. O melhor do lugar é o atendimento surreal do chefão, Zé Coser.
      Algumas considerações devem ser feitas antes de entrar no restaurante.
Antes de tudo coloque a cabeça porta a dentro. Caso você o veja, dê um passo para trás e olhe o relógio. Caso seja tarde, respire fundo porque vai ser repreendido. Caso não seja tarde, considere se não é cedo demais, pois da mesma maneira irá tomar reprimenda.
Ainda na calçada, olhe pra trás e conte em quantas pessoas vocês estão, se passar de 8 ou 9 se prepare e prepare os que estejam estreando no lugar...."Vocês estão achando que isso aqui é refeitório ?!"
Considere também a ocupação do salão...  "Vocês não estão vendo que está lotado?! Por que vocês não vão pro McDonalds?!"...
 Divertidíssimo.
Tendo sobrevivido à recepção sente-se e surpreenda-se com a gentileza e educação da molecada jovem que atende a todos com diligência e atenção dignas de serviço escocês.

ATENÇÃO: Caso queira um ajuste no prato, como por exemplo, o molho do à Parmegiana separado do Filet, solicite em voz baixa para os garotos... longe do Zé. Há anos faço isso com sucesso, mas outro dia o filho dele estava na mesa com a gente e viu o molho separado do bife... ouvi um monte do Zé-Filho... imagine se fosse o Zé-Pai... Mamma mia!!

Minha pedida é quase sempre o Filet à Parmegiana com o molho servido à parte, mas eventualmente, quando atendido pelo Zé-Pai, movido pelo medo, peço uma Lasanha que tem uma massa incrivelmente fina...





Mas não se intimide.
É risada só...
Há quem diga que a inteligência de alguém possa ser medida, entre outras coisas, pelo nível de requinte de seu senso de humor... eis um gênio.
E a sincera gentileza nota-se  no tratamento que este dirige às crianças e aos idosos... já vi criança de colo sorrindo pra ele, meu finado avô sempre o adorou e minha avó de oitenta e tantos anos o venera.
Salve Zé.