quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

RESTAURANTES LOCAIS V



BISTRÔ MALBEC


O nome a princípio não faz o menor sentido pra mim. Quem conhece o cara sabe que o nome da casa não orna com a figura de rockstar-em-construção do cozinheiro.
"Bistrot".... fresco demais, francês demais.
"Malbec"..... sei lá.
Me vejo sentado de pernas cruzadas em cadeirinhas de ferro ouvindo Édith Piaf e fumando um Gauloises na casa do distinto.
Não faz sentido. Não orna.
Estive em sua casa algumas vezes pra jogar poker e discutir filosofia. 
Sim, é na casa dele o bistrot. Dele e da doce senhora sua mãe que o ajuda a receber, servir e distribuir e tirar sorrisos....
Então me vem a cabeça seu delicioso sotaque .... mas ela não é francesa, penso.... é argentina.
Continua sem sentido.
Lembro então, que o vinho bom da argentina é vinho da Malbec.

BINGO.

Wikipedia diz: "Malbec, ...é um tipo de uva francesa, também presente em Bordeaux, encontrou condições excelentes na Argentina, também muito usado em bordeaux para fazer corte. Malbec é utlizado amplamente por vinícolas argentinas, sendo esta produção equivalente a 59% do plantio mundial."
Faz sentido.

Agora.... e Bistrô?
Definição de Bistrô, segundo Wikipedia: "Bistrô é um restaurante ou bar pequeno e simples, porém muito acolhedor. Muito populares em França, onde se servem bebidas alcoólicas, café e outras bebidas. Servem também comidas simples a preços acessíveis...acredita-se que se tornaram populares durante a Segunda Guerra Mundial, já que uma vez que os homens iam para a guerra, as mulheres muitas vezes precisavam trabalhar para conseguir complementar sua renda, portanto abriam suas casas para o público, vendendo refeições caseiras para o público pagante."
Faz ALGUM sentido.
Não faz TODO sentido porque não vais encontrar a cidade em guerra, tampouco comida caseira nesta casa. Se quiseres comida caseira vá pro Vantim.
Não vais encontrar também, "público pagante". Não que os convivas não paguem, mas decididamente não são "público".
São amigos.
Amigos dele e dela.
E quando digo amigos dele e dela, não quero dizer que sejam alguns amigos dele, mais alguns amigos dela.
Não.
São todos amigos dos dois.
É aí que mora o que há de mais deslumbrante nessa casa: a relação Mãe & Filho.
É amor que vaza.... companheirismo intenso.
Se são amigos de um são amigos dos dois.
E é aí que tudo faz total sentido.
Em se tratando do cozinheiro muito pouca coisa parece ter sentido.
Ele é assim. Tem duas Colt 45 tatuadas no peito e usa colares de kilo e boné de aba reta, mas toca piano e bebe leite pra dormir.
Ninguém espera que ele faça sentido, ninguém  quer que ele faça sentido.


 
E a comida?
Foda-se a comida.
Não importa. 
Não nessa casa. 
A comida é ótima, mas não importa. Só não lambi o prato pra manter o decoro.
O que importa é pagar sem pedir a conta.
É ver que a placa "VISITE NOSSA COZINHA" não existe, mas todos a visitam.
É ser recebido ao chegar e escoltado ao sair. 

É abrir o freezer da cozinha e se servir, à moda Open Bar, de Limoncello da casa....
É ver mãe, filho e amigos em harmonia total.


À propósito o Jean, que fez essas fotos, podia junto com sua mãe abrir a primeira filial.
Nos mesmos moldes.
Braga Filho e Braga Mãe iam mandar bem ....

Vida longa ao Bistrô.





segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Restaurantes Locais IV

MINHA CASA
  
   Você é do tipo que faz questão de ser tratado como a última bolacha do pacote do início ao fim da restauração?
     Estás duro?
     Tens crianças sem idade suficiente para ficarem quietas à mesa?
     Tens crianças sem idade suficiente para ficarem quietas à mesa e recusa-se a calar-lhes a boca com smart aparelhos?
      Ficas irritado ao ser importunado por garçom que insiste em completar seu copo pra te empurrar uma próxima garrafa?
     És intolerante à glúten ou a vizinho de mesa falastrão?
     Falta-lhe companhia adequada ou saco pra aguentar a espera pelo prato? Ou pela sobremesa ou pela conta e café?
     És pão duro e não faz a menor questão de recompensar um garção gentil e atencioso ao pagar a conta?
     Gostas de apontar o prato alheio pra fazer seu pedido?

Se respondes sim à três ou mais das perguntas acima:

FIQUE EM CASA.
Peça uma pizza.
Ou melhor: FAÇA uma pizza.

Ou um Hamburguer.



Agora....
Se respondes não a quase todas as perguntas mas tens uma prima festeira casada com um Chef disposto a te levar Trufas e foie gras:
TAMBÉM FIQUE EM CASA.
Aceite a visita, prepare as carnes dos hambúrgueres à sua moda, ofereça-lhe o fogão e a espátula e chame os familiares queridos.

 
       Se este solicitar seringa com agulha pra infundir azeite trufado nas gemas dos ovos atenda-o prontamente.
     Sente-se ao lado da chopeira, tome uns dois ou treze choppinhos da cervejaria local  e divirta-se.
     Se chover, assista e aplauda.
    Ofereça a máquina pra patroa do cozinheiro fazer a cobertura fotográfica, aceite com placidez a incredulidade com a sessão de fotos estampada na cara do agregado mais velho, coma uns lanchinhos e, depois de tudo, meta o pé na jaca com a sobremesa categoria chave-de-ouro oferecida pela prima de requinte.

Ps. Sim. O ramo de manjericão que aparece em cada uma das três fotos é o mesmo.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

QT Natalina


Então...
A coisa continua firme e ininterrupta.
Toda quarta.
Continua tudo a mesma coisa.
A mesma heterogeneidade dos frequentadores, a mesma acalorada prática da filosofia.
Tudo a mesma coisa.... exceto indefectíveis e óbvias pequenas alterações.
Rolou uma evolução.
Amadureceu.
Logradouro fixo é coisa do passado. Tem até ediçoes com direito à piscina pra quem portar exame médico válido.
Não. Não existe mais cardápio fixo.
O contrato firmado com a pecanha expirou. Aparece de freelancer eventualmente mas não é mais uma obrigatoriedade.
Pode ser que encontre uma leitoa, ou três, como foi o caso desta última edição, até mesmo uma paella já foi servida pelo novo eventual anfitrião. Tem Salaminho à milanesa....
Até contrataram um dos sete anões pra assar os três suínos nesta edição especial de natal. Era o Dunga se não me engano.


O Dunga, parceiro da Branca de Neve, assando os três porquinhos. Vai vendo....




Tem também DJ de vez em quando... Toca desde Mato Grosso & Mathias até Motörhead....
Dependendo do que sai da caixa de som pode haver o desencadeamento de performances impagáveis do performático e impagável Kid Rock Cover.



Copos tulipa limpinhos.....com CHOPPS!
Evolução!
Amadureceu.
Afinal já tá fazendo quase 18 anos....
Violão, cantor e backing vocal? Tem tamén....
Ou seja....
Como eu dizia...
Tá tudo completamente diferente.
Só sobrou a galera, a paixão pela filosofia e a data fixa.
Se tens curiosidade em saber como era antigamente procure nos posts anteriores....

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Restaurantes Locais III


BAR DO VANTIM

Desde que me conheço por gente conheço a esquina da Rua Cel Justiniano com a Rua Marechal Deodoro como a "esquina do Vantim".
Esquina do Vantim, para os não ararenses, trata-se de uma esquina onde encontra-se um bar que se chama Bar do Vantim que se chama assim porque o sobrenome do homem que o abriu era Vantim. O Vantim não é só bar. É bar, é restaurante, é lanchonete, é balada ...é escritório do Jair Lotto – pelo menos era quando eu ainda picava cartão à noite por lá.
Jair Lotto, para os não ararenses, é um habitué de renome da noite ararense. Se ele te tratar pelo nome, ou por um apelido que ele tenha inventado especificamente para você, sinta-se incluído. Você já é o cara.
Enfim...
Frequento o Vantim desde sempre.
Na década de 80, quando ainda pirralho costumava ir menos do que gostaria.
Na década de 90, quando ainda jovem costumava ir mais do que devia.
No início do século XXI ia quando dava. Quase nunca, à propósito.
Hoje vou de vez em quando visitar o Menu Comercial na hora do almoço.
Houve até casos em que eu não ia até o Vantin, mas traziam o
Vantim até mim. Como quando ali pertinho, a umas duas quadras de distância, convalecia de um pós operatório de remoção da fimose e, encarecidamente rogava por meia dúzia de coxinhas do Vantim.
Ah, a coxinha.... Sorry, Frangó. Vantim´s rules.
Unique! Magnifique! Diriam os poloneses...ou os franceses, não sei bem.
Mas a coxinha do Vantim mudou de logradouro. Foi pra outra esquina.
Hoje eu me contento com a Bisteca do Comercial ladeado por linguiça, farofa e ovo ou com o Virado à Paulista na sexta-feira.

Long Live Vantim!



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Planetas & Satélites


Não entendo de astrofísica.
Sei, no entanto, o que são estrelas, planetas e satélites.
E sei que forças mantêm os satélites circundando seus planetas.

Mai então....
 


Essa semana Araras vai ganhar um monte de coisas: Um ponto de encontro pra se tomar cerveja ou vinho e petiscar, uma rotisseria, um restaurante, uma cafeteria, uma padaria, uma loja de conveniência, uma adega...
Só faltou uma bomba de gasolina na porta...
Tudo de uma vez.

É um Big Bang.

Quitanda, disseram.
Sem hortifrutis. Nem granjeiros.
Mas de luxo.

Se a nova casa for uma extensão da família que a empreende o sucesso é iminente. É natural.


E como toda família à moda antiga, com pai, mãe, filhos e netos almoçando juntos aos domingos, há os agregados que eventualmente surgem...

... e eis que surge o Messias.
Sem profecias, surge para organizar o caos.
Serenamente organiza pra que os satélites possam naturalmente se estabelecer.




Vida longa ao novo planeta com seus pães de campanha, antepastos, queijos e Jamón Ibéricos.














segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Velas e Defuntos

            Fim de semana passado fui agraciado com um convite para uma degustação de vinhos onde, segundo o anfitrião, algumas garrafas de bons vinhos seriam desarolhadas.

          Convite aceito, comunico a patroa e começam os preparativos-padrão-de-três-etapas-para-noites-de-jantar:
1 - Seguro a onda no almoço do sábado,
2 - Abro mão do meu remedinho pra dor que me dá a sensação de estar chupando um prego enferrujado enquanto o mesmo faz efeito.
3 - e, por fim, ajustamos os horários de sono das crianças.

         As crianças, ao notarem que os ajustes de horário seriam pra que eles dormissem assim que chegassem  e não pra que dormissem depois do jantar, impedindo-os assim, de curtir uma festinha, resolveram se rebelar e lançaram mão de vários artifícios para tentar boicotar a noitada.
               A batalha foi árdua.
              Mas eis que a patroa tem a brilhante idéia de acionar a Dona Babá que gentilmente cedeu às nossas súplicas e veio assistir ao sono do Mini Patrão e da Mini Patroa.
 Não sem antes, claro, determinar uma condição: "Deixa a tv ligada na Globo!"

             Condição prontamente atendida, rumamos para o rendezvous.
             Chegamos atrasados e perdemos o amigo Nicolas Catena Zapata.
             Não me abalo. Fito o decanter e vejo que uma garrafa de Seña da Viña Seña do Vale do Aconcágua lá jazia.
             Momento de reflexão entre mim e a Patroa.
            Entreolhávamos e ríamos sozinhos. Há dois anos não sentávamos em volta de uma mesa para curtir os amigos sem nos preocuparmos com a Mini Patroa escalando a estante e com o Mini Patrão dormindo no carrinho ao lado da mesa regada a gargalhadas de bom som.

Taças servidas, brindes erguidos.

           Quiches, salada de mini rúcula, pappardelle ao ragu de costela, rosbife ao molho forravam a pança e pavimentavam a beberrança.
Claro que sempre tem gente que não pavimenta tão bem as vias.... claro, também, que são sempre os mesmos....

Mas enfim....
Considerações sobre cada uma das garrafas entornadas, reservo-me a aplaudir de pé todas as experimentadas e a escolher a minha predileta. E só. 
"Perlage, bouchonnée, bouquet, ...", é pra sair da boca de quem sabe o que está falando.
Bebi, gostei e escolhi a favorita: Almaviva.

- Consideração mais acertada e relevante da noite - feita pelo Enólogo-Chef: "... é a nata da América do Sul."
E por "a nata da America do Sul" entenda: são os vinhos, não os convivas.... afinal, a qualidade da vela é, geralmente, inversamente proporcional às qualidades do defunto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Negócio da China

Dia desses estive em Shanghai a convite de um velho amigo que pra lá se mudou em 1998 pra aproveitar uma oportunidade de negócios: Comprar dentes de ouro de funerárias locais e envia-los ao ocidente para comercialização regular. Negócio simples e bastante eficiente. Não envolve sequer alfândega: ele  compra do Sr. Lee, proprietário da funerária, manda tudo pelo correio pra um amigo em São Paulo que tem uma sala de 1,5 metros quadrados na Barão de Paranapiacaba que derrete tudo e vende para o vizinho de loja que por sua vez faz alianças, brincos e afins... Interessantíssimo o fato de que alianças de ouro amarelo possam ter  relação com o oriente. Segundo ele o Sr. Lee só fornece ouro amarelo..
 Genial o esquema!
Cada vez fico mais maravilhado com as modalidades de negócios envolvendo os sábios orientais. 
Só não ficou claro como as funerárias conseguem a mercadoria.... Ele também não soube explicar e desconversou....
Mas enfim....
Não vim aqui pra falar de negócios....
Vim pra falar da comida dos amigos d'oriente.


Encontrei um restaurante que por motivos de higiene foi o meu selecionado pra fazer a primeira refeição.
Veja que aqui neste estabelecimento os funcionários são altamente instruídos e motivados a lavar as mãos.
Justíssima escolha.




Estava curioso para experimentar a cerveja chinesa.
E assim fez-se o pedido.
Servida quase quente provo e aprovo.
Um primor de cerveja.
É de um amarelo pálido quase incolor, quase inodora, quase insípida.
A maestria do mestre cervejeiro em reproduzir água em forma de cerveja faz-se óbvia.
Um gênio da alquimia até então dominada somente por monges trapistas, cervejeiros alemães e cervejeiros belgas.
Palmas para TsingTao Beer.

Brincadeiras a parte vamos ao que interessa: 

Entrada Nº 1

Pés de galinha marinados em Shaohsing.
Apesar de adorar a iguaria, e de ter me surpreendido com o capricho do chef em retirar as unhas dos ciscantes, coisa incomum entre os orientais, nesse caso ela não agradou. Duro, sem sal e sem graça.
Mas palmas para o pedicuro!

Entrada Nº 2

Gyosa de Porco

Sem sombra de dúvida o melhor já experimentado até hoje. Extremamente crocante por baixo, extremamente macio por cima, com um recheio que derretia na boca. O teor de gordura do recheio devia girar em torno do 72%. Alto mas ainda dentro dos padrões da culinária local.
ESPETACULAR.

PRINCIPAL

Sweet Sour Spicy Pork Chops
A Foto, decididamente,  não faz jus ao prato.
Ridículo de bom.
Um corte suíno de segunda, cheio de ossos assimétricos e pontiagudos que demandam mais trabalho pra comer do que tilápia.
Olhei para os lados pra me certificar de que ninguém me conhecia, e agarrei pedaço por pedaço a mão.

Esse é o tipo de prato que demanda paciência  e técnica para comer e preparar.
Marinado,
Assado,
Empanado depois de assado,
Refrito depois de empanado,
e finalmente incorporado ao molho depois de refrito.
O danado do porco dá tanto trabalho de fazer que o cozinheiro não tem mais forças nem pra por uma salsinha pra enfeitar o prato pra foto.

SOBREMESA

A CONTA













Depois de comer comida pra dois sozinho achei melhor pular a sobremesa.
Depois de me lembrar da cerveja achei melhor pular  o café.

Pedi a conta, conferi criteriosamente e paguei.



Abri o biscoito da sorte e tirei a sorte grande

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Em casa em Nova Iorque

O Barreiro diplomata não veio sozinho. Vieram também outros Barreiros que serviriam de presente praquela irmã de coração que há um bom tempo não via.
Presente fácil de escolher.
Não é de hoje que ela e o marido nutrem grande apreço pelo amigo Barreiro.
Mas pra ganhar o presente, a condição era que teria que vir me buscar no hotel, me levar pra conhecer Las Vegas, o Mount Rushmore, o Pike Place Fish, a torre Eiffel e  me pagar uma janta em um restaurante de comida Cajun-Creole, típica do sul.
Relevei e acordamos em fazer uma leve alteração nas condições e ficou definido que me levar ao Woodbury Common e ao restaurante típico estava de bom tamanho.
E foi no The Delta Grill que todos nos reunimos. Agora com as crianças e o cunhado também...
E foi graças à pequena Anna que provei pela primeira vez a Root Beer, uma cerveja sem álcool  feita da raiz de sassafraz.
Cerveja de criança.
Quando a Mini patroa fizer 2 anos vou encomendar uma caixa....  e vou tomar sozinho. Com Vódega...
Não. Não abri mão da cerveja de adulto. Fui de cerveja de torneira com álcool.
Comemos, também....






 
Crawfish à dorê .... um tipo de lagostim




Empanado de Peixe defumado sobre molho picante


 

Jambalaya - Uma espécie de Paella cheia de pimenta e personalidade.

 



Camarão com Arroi. 





Palmas para New Orleans !!

E assim foi.... 
...de barriga cheia e espírito cheio, despedimo-nos.... 
Só me resta esperar o reencontro.... todos juntos. 
Encontro regado a root beer,  risadas e saudades que nunca acabam.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

COMUNICADO AOS DOADORES


      É fato que os aniversariantes carregam fama de contumazes bebedores de leite,  diante disso fez-se necessário auditar com a ajuda da PricewaterhouseCoopers se as doações foram efetivamente entregues às instituições ou se, deliberadamente, foram desviadas para o consumo próprio.
     PwCoopers relata que  TODAS as caixas gentilmente doadas pelos convivas foram devidamente entregues às seguintes instituições e divididas da seguinte maneira:

Clínica Sayão
OSAF - Obra Salesiana de Apoio Fraterno

Clínica Sayão:  60 Caixas - 720 Litros
                Osaf:  22 Caixas - 264 Litros
   Totalizando:  82 Caixas - 984 Litros

 A auditora PwCoopers relata também, para fins de elucidação, que para produzir tamanho volume de leite foram necessários:

- 39 Vacas/dia
-1,2 toneladas de capim.
- 280 Kg de Ração e
- 3.900 Litros de Água.

Portanto amigos, estejam certos de que o Árduo Trabalho desse Monte de vacas, Vossa Imensa Gentileza, e a Louvável Iniciatiava desses dois Irmãos  fizeram a alegria de centenas de crianças e velhinhos necessitados.

PALMAS PARA TODOS !!

    Apesar da lisura de todo o processo, levantou-se a dúvida sobre qual critério aplicado pra se definir o quanto cada uma das instituições receberia. 
    Aferiu-se considerável vantagem da Clínica Sanatório Sayão sobre a Obra das Irmãs do INSA. 
    A auditora PWC não conseguiu estabelecer vínculo ou parcialidade óbvia dos aniversariantes com a clínica - Não até o presente momento.


Aguardamos posição.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sr. Barreiro no Itamaraty

Nova Iorque é famosa pelas suas redondas. Interessante é que como podem ver nem toda pizza em NY é redonda. ... Essa tal de Grandma´s Pizza é quadrada.... "Quadrada e Spectacular", diria minha avó.

Mas vamos pelo começo.... Não fui a nenhuma pizzaria pra comer pizza. Nem a nenhuma floricultura, como alguns devem estar imaginando. Seguindo os critérios ecoorgânicos a que havia me submetido tive a gama de opções bastante restringida e me sobrou somente a Patzeria Perfect Pizza situada a meia quadra doTimes Square. (Eles utilizam embalagens recicláveis e juram só usar manjericão e tomate cultivados sem agrotóxico)

Não é exatamente uma pizzaria. Não nos moldes a que estamos acostumados.... não tem mesas nem cadeiras...Nem forno a Lenha. Você entra e disputa com outros clientes um espaço defronte ao balcão de 1 metro e meio sobre o qual repousam pré assadas as maravilhas da casa. Isso mesmo!!! É quinem nos Frango Assado da vida....Pizza de Vitrine.Você escolhe, eles enfiam no forno elétrico por mais alguns segundos e você vai comer em algum lugar. Mas não se deixem enganar.... É a melhor pizza que já comi. Claro que nem todos  concordam, mas tem uma horda de foodies que concordam e inundam o Zagat, o Facebook, o Yelp  e o TripAdvisor com comentários do tipo: Leia aqui e aqui

Agora....
O mais observador deve estar se perguntando..... "que que o Velho Barreiro tá fazendo na foto aí de cima?!"
Eu respondo: O Velho Barreiro é diplomata. Ele representa de maneira espetacular o melhor da simpatia e cordialidade do brasileiro.
Funciona assim.... Você senta no bar do hotel pra finalizar o seu dia com uma, duas, três,ou quatro doses do seu drinque favorito. Nesse meio tempo o seu graaande amigo Barman já fez as perguntas básicas e vc já as respondeu na seguinte ordem: .... (sou) do Brasil....  Não. Não é mais o Lula. Agora é a Dilma.... Não, não trouxe a camisa da seleção. já não serve mais.... Sim, meu carro é movido a álcool e a gasolina.
Tendo já feito amizade com o barman você fala pra ele: Não fecha. Já volto.
Você sobe pra buscar o Velho amigo Barreiro.
Desce e com toda a simpatia brasileira você diz: "Reparei que vocês não tem uma cachaça na prateleira do bar.... Fica com essa de presente"
Claro que de imediato você pede pra ele abrir e te fazer uma caipirinha com ela pra provar que você não tem planos de envenenar metade do bar com o seu amigo Barreiro.
Na hora de ir embora você põe uma nota de US$ 10 no balcão e pede a notinha pra assinar .
E ele emenda: 
"Relax... It is on the house!"
Bingo!


1 Manhattan            - US$ 13,00
2 Jack Daniels         - US$ 18,00
2 S.Pellegrino          - US$ 12,00
              Total             - US$ 43,00 + Tax
1 Amigo Barreiro   - US$   3,00
   Gorjeta                   - US$ 10,00 
Economia Total      - US$ 30,00 ou R$ 50,00



PS. A nota de US$ 10 é o mínimo pra esse movimento surtir efeito.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nova Iorque - Day 1

Dia desses fui a Nova Iorque atender a uma palestra a respeito do impacto sobre a camada de ozônio causado pelas emissões de gás carbônico de rebanhos de Iaques na Mongólia.
Apesar da extensa discussão sobre o tema a visita foi bastante breve mas, ainda assim, tive tempo de, logicamente, me alimentar.

Imbuído do espírito eco-consciente proporcionado pela horda de ecoamigos que lá fiz, resolvi determinar um critério especial para escolher as minhas refeições: "ALIMENTOS ORGÂNICOS"
Essa palavra não me saía da cabeça e então, nada mais natural do que optar por somente orgânicos. Na impossibilidade de encontrar os tais alimentos, adotaria no entanto a sugestão de Net Khai, um monge budista de renome internacional, que aproveitava o momento de escassez de arroz orgânico para jejuar.

E assim foi.
Lancei mão de todas as ferramentas disponíveis para conseguir seguir a risca a minha determinação de não seguir a sugestão de Mestre Khai.
Usei Google, obviamente, Concierge também, embora sem sucesso, mas quem me deu realmente boas dicas foi a camareira Cambojana Rochom P'ngieng que me indicou para um desjejum vegetariano o Alan´s Falafel & more, localizado, segundo ela, defronte ao World Trade Center. Levou um certo tempo até que eu encontrasse o carrinho do Alan pois por mais que eu procurasse a referência dada pela Srta. P'ngieng não pude encontrar. Mas valeu a procura.
E foi o próprio Alan, um simpatissíssimo e solícito egípcio cujo nome verdadeiro não consegui entender, que me sugeriu o prato da casa: Falafel Sandwich.

Um sanduíche em forma de cone envolto em uma providencial camada de papel alumínio que impedia que o snack se desmontasse. Bastante engenhoso.
Era um Pão Pita bastante macio, recheado com cinco Falafels - um bolinho de grão de bico frito na hora com casca crocante e interior macio - e alface orgânica cobertos com dois deliciosos molhos bastante picantes: um a base de leite e outro a base de tomate. SENSACIONAL!!!!!.



E foi o Sr. de boné colorido e cavanhaque que me explicou o porque da dificuldade de encontrar a referência fornecida pela Srta. P'ngieng. Ele vive por ali há aproximadamente 20 anos, morador de Marquises & Shelters (deve ser um condominio típico novaiorquino, pelo que entendi) filho de Tanzanianos explica que um maníaco Árabe e uma dupla de ex presidentes acéfalos resolveram demolir alguns prédios para aquecer a economia agitando o gigantesco mercado da construção civil e bélico.

Experiência 1 terminada com sucesso quase absoluto.  Só faltou a birra pra acompanhar e transformar o café da manhã em jantar de gala. Tio Sam não deixa vender birra na rua. Cretino.

domingo, 24 de abril de 2011

Santa Ignorância

Ignorância, aqui, no sentido de falta de conhecimento sobre algo específico.
Quantas vezes já não foi dito, ou pelo menos pensado: "se eu soubesse..." ? Pois então.... é dessa ignorância que estou falando.
Pois bem... num desses garimpos de corredores exíguos de mercados sino-coreanos na capitar enchi uma cesta com alguns velhos conhecidos, como o pé de galinha desossado e alguns outros nobres desconhecidos como o pote da foto.

Não só era desconhecido como também ignorava do que se tratava, uma vez que apesar da minha fluência em mandarin adquirida ao longo dos anos em longas conversas de bar com sábios anciãos monodentes, não sei LER em chinês.
Mai então.... é sempre a mesma coisa.... Eu garimpo as gôndolas, lubrifico o mandarim com o patrão do mercado, abro o saquinho com a iguaria escolhida de acordo com o clima, neste caso, garoa com vento pediram sustância fornecida numa espécia de barrinha de cereais de porco com gosto de torresmo, passo no buteco mais próximo e compro uma birra nacional em lata pra acompanhar. Nos dias seguintes vão-se consumindo os velhos conhecidos.... e os nobres desconhecidos vão se acumulando na despensa esperando o momento oportuno pra experimentá-los.
Conforme vão surgindo as oportunidades a gente vai testando ... alguns entram pra lista de compras, outros são naturalmente esquecidos e outros entram para outra lista:  a lista dos  "Ilustres Bizarros".
Dentre algumas comidas que dizia que nunca  experimentaria estava o famigerado Tofu Fermentado, vulgarmente conhecido como Tofu Fedorento. Facilmente encontrado em mercados de rua asiáticos, lindamente decorados por uma espessa penugem de bolor.
Mas eis que a ignorância, sempre à espreita, me vitima novamente. Não imaginava que esse bicho pudesse ser enlatado, muito menos que fosse possível encontra-lo no Brasil. Santa Ignorância.
Fui me dar conta do que estava comendo a hora que comentei com a patroa: "... uma delícia!.... lembra gorgonzola." ... "Gorgonzola?!"
Aí foi só ligar os pontos.... Tofu, gorgonzola, fungos, ideogramas indescifráveis, sorriso cínico do Sr. Coréia...
Mas uma coisa eu garanto: o Ovo de Mil Anos eu não como!!! Nem que ele venha fantasiado de Filé a parmegiana

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dalva & Dito


                                                 
        Há muito é dito que uma tal de Dalva junto com seu companheiro Dito têm promovido almoços e jantas ditos tipicamente brasileiros com sucesso em São Paulo.



Pois bem....

Foi em uma comemoração pós-batizado que surgiu a oportunidade de conhecer o casal.
Castorzinho já batizado em cerimônia sem cerimônia, rumamos para a casa da Dna. Dalva e do Sr. Expedito.


Agradável surpresa: somos recebidos e encaminhados para uma sala viaipí em um andar inferior da casa,  junto a um sem-fim de garrafas de vinho e garrafas de cachaça.

Mesa central, no centro da sala, iluminada por 178 luminárias diferentes, porém iguais as da casa da sua avó, uma meia dúzia de mesas satélites, um balcão de bar de uns 6 metros e uma portinhola com janela de vidro através da qual a Mini Patroa assistia a cozinha de apoio, completam o ambiente onde passaríamos várias boas horas.
Sala devidamente recheada de gente boa começa a esbórnia: É-nos servido intrigante refresco levemente alcoólico de Maracujá com Limão Cravo & Priprioca.  - o emprego da priprioca, no entanto gerou certa controvérsia entre alguns comensais que questionaram se o homendobar não utilizava outro ingrediente muito mais facilmente encontrado no mercado.
Pastéizinhos recheados de comida baiana preveniam uma catástrofe iminente. 
Ânimos devidamente lubrificados, bate papos com velhos amigos postos em dia, sentamos à mesa....

Cardápio na mão e a dúvida estampada entre as minhas sobrancelhas desperta a pena no moço da comanda, que fitando o meu ódio e desespero, como num sonho emenda: "Pode pedir um mix de tudo. Você só precisa escolher a salada." 
Penso em tom desdenhoso meio que sorrindo e me calo: "Salada..."

.... Escondidinho de carne seca com pimenta-bode-bicuda devorado, começa o desfile... deitam à mesa: Batatas, Couve refogada, farofa de banana, feijão preto e arroz branco.
Um dos primeiros pratos servidos foi um meio galeto de televisão (sem foto) para a tia avó do recém batizado que tenta, discretamente  trocar o alegórico ciscante com o marido. Fracasso óbvio considerando que a discreta Sra. Tia Avó sentava ao lado do também alegórico e nada discreto Pai do Castorzinho.
Rubores já alvejados, segue o serviço... Palmas para tudo, com ovações para o Porco com Abacaxi.

Só não provei o famigerado galeto - é a deixa pra próxima visita.
Apesar do grave desfalque na cozinha promovido pela madrinha do infante a comilança veio primorosa.
















Como nada é perfeito, nem mesmo nas mais distintas casas, ponto negativo e imperdoável para o fato de que o Jegue Daniel´s era só enfeite.

Lamento não poder falar sobre a sobremesa. Estou de dieta.
 Só posso dizer que o tal do Creme com Chocolate Brisa  estava um espetáculo.

E num clima de almoço de domingo na casa da vó encerramos o sábado.